Resistência em Gaza está no centro de uma crise dramática. Mais de 1,2 milhões de pessoas optaram por permanecer na Cidade de Gaza e no norte da Faixa de Gaza, rejeitando mudar-se para o sul — apesar dos bombardeamentos intensos. As autoridades locais relatam uma recusa firme em abandonar o território, mesmo diante da escalada militar israelita
O gabinete de imprensa das autoridades de Gaza, controlado pelo Hamas, denunciou um esforço deliberado de deslocamento forçado. Segundo comunicado via Telegram, mesmo com bombardeamentos massivos e pressão militar, a população insiste em permanecer em suas casas
Recentemente, cerca de 35 000 pessoas foram empurradas para fugir do sul para o norte. Mas, enfrentando escassez extrema de água, alimentos e abrigo no sul, mais de 12 000 dessas pessoas retornaram às áreas de origem.
Refúgios seguros” sob fogo e infraestrutura colapsada
A zona de Al-Mawasi, perto de Khan Yunis, foi apontada por Israel como segura. Ainda assim, enfrenta bombardeamentos frequentes. Estima-se que 800 000 pessoas vivem ali, sem hospitais, sem água potável, sem eletricidade nem escolas. A sobrevivência, nesse contexto, torna-se quase impossível.
Uma estratégia de mudança demográfica?
As áreas consideradas “refúgios seguros” pelas autoridades israelitas correspondem a apenas 12 % da superfície da Faixa de Gaza. As instituições de Gaza afirmam que existe uma tentativa sistemática de pressão para deslocar 1,7 milhão de civis, numa ação que equivaleria a crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Apelo por ação internacional
O governo de Gaza voltou a condenar o “silêncio vergonhoso” da comunidade internacional e o descumprimento das obrigações legais. Fizeram um apelo direto às Nações Unidas e aos tribunais internacionais para que intervenham rapidamente — buscando interromper as violações, responsabilizar os responsáveis e garantir a proteção de civis e o direito de permanecer em suas casas com dignidade.
Alarmes de Israel e consequências humanitárias
Por outro lado, o exército israelita alertou para uma operação de “grande escala” em Gaza, recomendando a evacuação da Cidade de Gaza em preparação às ações militares Executive Digest. Desde o ataque de 7 de outubro de 2023, atingiu-se um número trágico de mais de 64 600 mortos palestinianos, segundo os dados das autoridades de saúde locais, reconhecidos pela ONU.
Em agosto, a ONU declarou situação de fome no norte da Faixa de Gaza — um fato inédito no Médio Oriente
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